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Carta para você #4

17 de novembro de 2021


Belo Horizonte, 15 de novembro, 20:26.

Oi, meu bem. Como você está? Eu espero e torço para que bem.


Hoje foi o primeiro dia que eu acordei e consegui me levantar da cama. Desbloqueei o celular com a esperança de encontrar uma mensagem sua, infelizmente não recebi nada a não ser uma notificação do meu aplicativo que controla meu sono. Consegui me sentir um pouco melhor, porque apenas as memórias boas que tivemos me fizeram companhia no dia de hoje. Senti um aperto no peito ao perceber que eu não poderia construir mais com você, no entanto, também agradeci por ter tido a oportunidade de ter estado ao seu lado nos últimos meses. Vivemos um amor intenso em tão pouco tempo. Protagonizamos um romance clichê dentro de alguns meses. Aprendemos a amar de forma intensa apesar da idade.


Eu gostaria muito de receber notícias suas, mas as palavras que você me disse no telefone ontem ainda cortam o meu coração. Eu não esperava o comportamento que você teve, eu senti raiva na sua voz, senti ironia, frustração e, sobretudo, desprezo. Tudo aquilo me pegou desprevenida e talvez eu até merecesse por conta do que fiz. Contudo, não consigo acreditar que tudo aquilo saiu de dentro de uma pessoa que me falou palavras tão bonitas e que tentou proferir diversos discursos românticos enquanto eu adormecia no sofá. Como sinto falta de você me observando… como sinto falta de te olhar distraído e admirar cada detalhe do seu rosto… sempre tentei capturar esses momentos para que eu nunca me esquecesse. Pois bem, aqui estou lembrando de cada um deles e soltando sorriso bobos que vêm acompanhados de lágrimas.


Mudando de assunto, eu gostaria de compartilhar uma coisa que meu pai costuma dizer. Ele sempre me pede que eu tome cuidado com as palavras, porque elas são a única coisa que não conseguimos retirar, uma vez que elas saem da nossa boca. Nunca concordei tanto. Ainda me questiono sobre a minha atitude e me pergunto o porquê ajo com tamanha impulsividade. Nunca tive a intenção de magoar você, porque você era a pessoa mais importante para mim neste mundo. Fizemos tantos planos, cultivamos tantos sonhos e criamos tantas expectativas. Nunca vou me esquecer do nosso décimo encontro e das brincadeiras que você fazia nos primeiros. Admito que, depois de um tempo, passei a esperar seu convite para morarmos juntos. Por mais que eu fosse resistente, acordar ao seu lado se tornou um dos meus maiores desejos.


Sei que tivemos as nossas complicações, porém um lado meu não quer desistir de você mesmo diante de tudo. Eu me pergunto se estou sendo trouxa, iludida e, até mesmo, otária. Entretanto, você é aquele amor que levarei no meu coração até os meus olhos abrirem e se fecharem pela última vez. Dói tanto, meu bem. Tanto, tanto, tanto. Não faço ideia do que falaram na sua cabeça. Não faço ideia do que chegou ao seu ouvido. Não faço ideia de como você está se sentindo. Por isso, vou continuar me apegando às  minhas memórias e torcendo para que, independente do que aconteça, nós ainda tenhamos dentro de nós o amor que cultivamos.


Com muito amor e muito carinho,

Emilly Emanuelle Guidi Ribeiro.

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