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Carta para você #3

16 de novembro de 2021

 


Belo Horizonte, 14 de novembro de 2021, 23:06.


Não se causei algum tipo de dor em você. Não sei se te fiz mal e nunca enxerguei isso. Não sei o que posso ter feito. Até então, minha mente estava me consumindo com a possibilidade de ter quebrado o seu coração. Fiquei chateada quando percebi que sua irmã não me seguia mais. Senti que foi muito fácil me apagar da memória e que todos os momentos divertidos que tivemos foram apenas fingimento. A sensação que você nunca quis assumir esse namoro nunca foi tão real e tão assustadora. Diante disso, não sei o que pensar, nem o que sentir e muito menos o que escrever. O meu corpo está reagindo ao caos psicológico que estou enfrentando e o que me consola agora é saber que isso irá passar. Pode demorar, mas irá.

Suas palavras ainda soam na minha cabeça após a nossa ligação. Por que tanta raiva? Por que tanta grosseria? Por que tanta ironia? Não sei se era por causa do momento. No entanto, ouvir você falando que não me queria mais repetidamente foi como se você tivesse me achado no lixo e me resgatado. Você não foi qualquer um para mim. Você não foi um garoto que apenas beijei. Você não foi alguém no qual eu perdi o meu tempo. Eu me entreguei de corpo e calma mesmo sabendo que nosso relacionamento poderia ter um “prazo de validade”. Porém, não me canso de repetir mentalmente que ainda sinto algo especial por você enquanto você estava apenas se divertindo. Isso dói, isso estraçalha, isso me ferre por dentro.


Nunca fomos de discutir. Nunca fomos de desrespeitar um ao outro. Nunca fomos de nos alterar apesar das divergências. Contudo, depois dessa briga, não sei mais o que pensar sobre nós e nem diferenciar o que foi real do que não foi. Um lado meu quer acreditar que somos a pessoa certa um do outro, mas no momento errado. A outra pensa que tudo isso só foi uma brincadeira para aliviarmos a carência de um ano presos dentro de casa por conta da pandemia. Será mesmo que podemos chamar o que tivemos de “amor”?


Sei que você não quer se lembrar e nem me quer por perto, porém você continuará comigo durante muito tempo ainda. As feridas ainda vão sangrar. As lágrimas ainda vão surgir. As memórias ainda vão perturbar. Você ainda é o dono dos meus pensamentos, entretanto você não tinha o direito de fazer o que fez comigo e saiba que, por enquanto, eu ainda não te perdoo por isso. Apesar da falta que você me faz, não há motivo para eu não perceber a gravidade da situação. Tenho inúmeros medos e te perder é um deles, só que não consigo manter isso sozinha. Ainda não estou pronta para desistir de você e talvez o meu erro tenha sido ficado ao seu lado apesar de tudo.


Não terminamos brigados. Não terminamos mal um com o outro. Não terminamos como se não fôssemos nada. Não consigo entender e nem sei se quero…


Também não sei se essa carta foi escrita com muito amor e muito carinho, mas com certeza com muitas perguntas, dúvidas e lágrimas no rosto.

Emilly Emanuelle Guidi Ribeiro.

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